Por Josie: Juntando as Cinzas do Meu Carnaval



Não sou muito fã de carnaval, mas sempre junto minhas cinzas recordando algumas coisas que acontecem nesses dias.

Desde menina, minha mãe conta que as portas do inferno se abrem nestes dias e pode até ser possível encontrarmos uns capetinhas pela rua. Quando completei 8 anos e me sentia pronta para encarar meus próprios fantasmas, fui ver o que essa badalada festa tinha para me mostrar. De cara vi logo 3 capetinhas e pensei: Putz! Minha mãe tinha razão! Mas achei os capetinhas tão magros e tontos que desconfiei se eles tinham tamanha maldade como descrevia a minha mãe. Acho que não passavam de bailarinas vermelhas porque rodopiavam e caiam no chão o tempo todo. 

Com o passar dos anos, já achava interessante ficar olhando como as pessoas ficavam no carnaval. Tinha umas meninas que ficavam sem comer 3 meses só para colocar suas fantasias! Falavam que iam ficar magras e gostosas, e o que eu via era um bloco de esqueletos fumegantes balançando suas penas na avenida. Outros bebiam tanto que passavam todos os dias de carnaval em coma e quando acordavam queriam saber qual escola de samba tinha ganhado o carnaval. 

O bloco...O batuque...O carnaval...As cinzas... Tantos anos que já não sei nem por onde mais andam minhas fantasias. Sei que é o mesmo ritual todos os anos e na quarta feira todo mundo põe o bloco da saudade na rua. É como se tudo voltasse a ser real, ou talvez jamais será real, mas é certo que todos acordam agora de seus bailes. Uns ainda continuam embriagados pelas músicas, pelos romances de rua embalados pelas marchinhas de carnaval, uns vestem seus abadás de trabalho, afinal, a vida tende a voltar ao normal e trabalhar faz parte disso. Abrir a janela na quarta feira de cinzas é ter a certeza de se ver tudo o que restou do carnaval em todas as suas esquinas. Horas e horas, e ainda tem gente de confete e serpentina na mão esperando dançar por mais um segundo.

Nenhum carnaval é diferente do outro. Nós somos quem mudamos ou passamos a olhar o mundo de forma diferente. Afinal, em todos os anos somos outros fantasiados em nós mesmos. O que muda nisso tudo? Nada! Só mesmo o ângulo da janela e as cinzas das saudades que carregamos conosco ano após ano depois de todo carnaval.
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Sobre a Josie:

Amante do universo literário e da escrita,é aluna de Bacharelado em Letras Português-Italiano pela Universidade Federal do . Atualmente participa de um programa de Mobilidade Acadêmica Nacional, sendo aluna temporária da Universidade Federal do Mato Grosso e, na qual, pretende concluir a sua graduação em 2012. Pela graduação, foi aluna/pesquisadora na mesma Universidade, onde trabalhou com pesquisas em História da Língua Portuguesa no PHPB ( Para a História do Português do ), além de ter participado da elaboração midiática e textual do Almanaque do Agente Comunitário de Saúde na FioCruz. Apaixonada pela busca do conhecimento, além da UFRJ, na qual foi aprovada no exame de vestibular em 2007( Bacharelado em Letras Português- Latim, 7ª na classificação geral, e em 2009 ( Bacharelado em Letras Português - Italiano, 1º na classificação geral 2009/02),  foi também aprovada nos vestibulares da UNIRIO ( Bacharelado em Biblioteconomia, 7ª na classificação geral ), Unesp ( Letras Italiano, 2ª na classificação de transferência externa), IFMT (Bacharelado em Secretariado executivo- Instituto Federal do Mato Grosso- 2011/02) obtendo nota máxima na Redação classificatória, e sendo a 3ª na classificação geral neste mesmo vestibular. Fala Italiano fluentemente e é professora de Italiano, Português e Redação.


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